Fabrício Rodrigues Lima, 30 anos, natural de Juazeiro, tem uma história de força e determinação no judô. O atleta atua como professor da modalidade no interior do estado e faz questão de lembrar as dificuldades vividas durante os 20 anos de prática do judô. Pai, Fabrício, ressalta a importância de saber os esforços necessários para galgar novos objetivos em sua carreira.
“Meu primeiro kimono só foi possível a partir do tecido que uma tia deu para minha mãe para que fosse feito na costureira. E eu sempre gosto de lembrar desse começo para que eu possa enxergar o quanto as coisas melhoraram. O judô me proporcionou coisas que eu nunca sonhei um dia ter ou participar. Lutei em grandes eventos, com atletas de nível olímpico. O judô foi e é a realização de um sonho”.
Em setembro de 2015, o atleta baiano passou por um momento delicado quando sofreu uma grave lesão com o rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho direito, somado ao desgaste do menisco. Esse foi um divisor de águas em sua carreira, ficando mais de um ano afastado dos tatames, mas que encontrou na família e amigos o apoio necessário para angariar o recurso para a cirurgia. “ A cirurgia só possível porque fizemos eventos, rifas, bingos. A recuperação foi dura, com muitas sessões de fisioterapia, ganho de peso e o retorno foi recomeçar do zero”.
Na história de Fabrício, oriundo de um bairro periférico, Dona Diomar e seu Francisco foram fundamentais ao ensinar valores que os afastaram de possibilidades vividas por muitas crianças e adolescentes da localidade. “Acompanhei vários amigos fazendo escolhas ruins, vi muito morrendo, então posso dizer que o judô e a minha família me salvaram”. Em seu currículo, o judoísta carrega o título de Campeão Brasileiro Master e líder estadual Master e Sênior +100kg, mas para essas conquistas e tantos outros sonhos, ressalta as dificuldades pela falta de patrocínio e investimento para atletas de alto rendimento.
“Enfrentei momentos difíceis pela falta de patrocínio, o que não mudou muito nos dias atuais. O meu único apoio é o Bolsa Atleta, de Juazeiro, mas sabemos que para um atleta de alto rendimento ainda é muito pouco. Desde muito novo tive que conciliar o estudo, o judô e o trabalho, sendo três vidas em uma só, mas cheio de sonhos e esperança em continuar representando a minha cidade e a Bahia”.
Religioso, Fabrício agradece todos os momentos enfrentados e segue encorajando novos atletas para que sigam lutando e buscando novos caminhos através do judô. “Nessa história da lesão, voltei a competir após sete meses, quebrando protocolos da recuperação. Como atleta eu me cobro muito fisicamente e tecnicamente, mas o coração de guerreiro me mantém firme na batalha. Existem diversas histórias nesses 20 anos praticando o judô e todas elas me fortalecem, me colocando sempre na posição de aprendiz com a modalidade e com as pessoas. Agradeço muito o carinho e apoio da Federação e destaco que é muito importante esse olhar para contar nossas as histórias, para que possamos ser motivação uns para os outros”.
Fotos: Jonas Farias
Thaís Brandão
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