Um dos ventos mais competitivos do judô brasileiro, devido a quantidade de atletas inscritos e da qualidade técnica destes, acontece neste final de semana. Pouco mais de três mil atletas de todo o país estão inscritos na Copa São Paulo, que acontece nos dias 19 e 20 de março, no Ginásio do Ibirapoera. Dentre eles, duas jovens atletas baianas, Jaqueline Nascimento e Rachel Silva, acompanhadas dos seus respectivos técnicos, Rauldenis Jr e Luiz Santana.
As duas atletas estão entre as judocas de destaque na Bahia, sendo inclusive, promessa de medalhas no Campeonato Brasileiro Região III. Mas, este desempenho é fruto de muito trabalho com os seus professores, equipe médica e dedicação. Exatamente por isso, não perderam a oportunidade de fazer parte deste grande intercâmbio, capaz de lhes fornecer ainda mais ritmo competitivo.
“A nossa rotina de treino mudou um pouco, devido ao desenvolvimento que ela vem conquistando. Passou daquela fase de amador, e está chegando na fase do juvenil, então começamos a mudar a rotina de treino, mas nada muito forçado, mais na parte técnica, concertando mais os golpes. Estamos treinando cindo dias por semana, com duas horas de treino. Além de que quando a gente viaja, a gente acaba aprendendo também com os outros professores através das conversas. Nós temos utilizado de muita leitura, muito vídeo também, e durante essas viagens sempre tem um treino extra. Então é esse trabalho vem dando certo”, explica o técnico de Jaqueline Nascimento, Luiz Santana.
A proximidade com o Campeonato Regional estimula a participação das atletas em eventos como a Copa São Paulo. Para seus professores, essa é uma forma de treinar suas habilidades antes da competição. O pai e técnico de Rachel Silva, Rauldenis Junior, afirma que atletas de alto rendimento precisam participar destas competições, desde que possuam um acompanhamento nutricional e psicológico, para que estejam mais preparados quando forem disputar um evento nacional. Para ele, é preciso que o técnico saiba fazer o trabalho de dar carga e o repouso suficientes, para o seu atleta.
“Os atletas de São Paulo participam de competições cinco vezes mais que os nossos, por isso também que ainda existe uma grande distância em nível técnico entre nós. O atleta de alto nível precisa participar de uma bateria intensa de competições para adquirir um bom ritmo de luta. Por isso fazendo um acompanhamento nutricional, psicológico e com a presença de um bom técnico que dê a carga e o repouso suficientes para este atleta, vejo como bastante proveitosa a sua participação em eventos, mesmo com a proximidade de competições nacionais, como o regional”, explica o Técnico.
As duas judocas sobem ao tatame neste domingo (20) para disputar mais uma medalha. A expectativa é grande, e Luiz Santana, técnico de Jaqueline Nascimento, não nega que é bastante exigente com sua atleta. “Sou muito exigente, chego a ser chato. Mas quando eu cobro é para que essa dedicação vá além do judô, siga para a vida. Se não tiver compromisso, não tem resultado”, explica Luiz.
Rachel Silva também não fica sem as cobranças do pais. “Jamais cobrei resultados a Rachel, apesar de ser muito exigente na disciplina e nos treinamentos, pois sei que sem estes dois pré-requisitos nunca um judoca conseguirá o topo deste esporte tão concorrido em nosso país. Rachel é muito madura neste aspecto e a cada dia está mais consciente que o resultado é uma questão que vem de maneira natural. Ela sabe das suas qualidades e das suas limitações, sabe que apesar de estar hoje entre as melhores do país, já que derrotou na copa Minas em 2015 a atual campeã Brasileira de sua categoria, conquistando o único ouro Baiano neste evento, ela pode ser superada por qualquer outra atleta que esteja em um nível ainda melhor que o dela. Ela sabe que nem as vitórias e nem as derrotas irão perdurar para sempre”, finaliza Rauldenis Junior.