No ultimo dia 10 de setembro aconteceu em São Paulo o II Open de Kata, a Bahia manteve a tradição e subiu ao pódio com suas duas duplas formadas pelos professores: Acácio Guimarães e seu filho Victor Renoir; Rone Montenegro, acompanhado também do filho, Victor Henrique. A mesa examinadora foi composta por nomes respeitados no país, como por exemplo, Sensei Micheline, Sensei Coimbra e Sensei Kenzo.
A primeira dupla, formada por judocas da cidade de Vitória da Conquista, garantiu o ouro com o Kodokan Goshin Jutsu. Um kata considerado novo, diante dos demais, por ter sido criado em 1956. Composto por técnicas de defesa pessoal, projeções, chaves-de-braço, socos e chutes, defesa contra ataques armados e desarmados, torna-se extremamente complicado para Victor Renoir, que executa os movimentos com uma lesão séria no cotovelo. “Estou com três ligamentos parcialmente rompidos. O braço fica “frouxo” e dói muito o dia todo”, explica o atleta que não titubeou e garantiu o ouro na modalidade, ao lado do pai.
O faixa preta, 5º Dan, Acácio Guimarães, garantiu a medalha de prata também no Shiai (competição), na classe Veteranos M4. “Estamos muito felizes, independente do resultado. É a sensação do dever cumprido por mais uma vez, trazer uma lembrança para nosso estado. Muito felizes mesmo! Não buscamos autopromoção ou envaidecimento. Buscamos conhecimento para melhorarmos o kata e o Judô da Bahia”, afirma o judoca.
Na modalidade Kime no kata, das formas de decisão, ou kata de combate com espirito de decisão, a dupla de atletas, da cidade de Itabuna, conquistou a medalha de prata. “Agradeço de coração o apoio e Incentivo durante todo esse período que estive em São Paulo. Foi uma apresentação de pouco mais de 10 minutos, onde me senti totalmente preparado para honrar meu estado e os professores que me ensinaram, na apresentação de Kime No Kata. Estou muito feliz por representar bem todos os Kodanshas e Judocas da Bahia. Enfrentamos muitas dificuldades e obstáculos, mas tudo isso serviu para me tornar mais forte”, comemora o faixa preta, 4º Dan, Rone Montenegro.
O sentimento dos atletas é compartilhado pelos Kodanshas, e membros da Comissão de Grau da Federação Baiana de Judô – Febaju. “Além do orgulho e alegria de ver nossa querida Bahia no pódio em São Paulo, é um grande alento para nós kodanshas veteranos, ver duas gerações se dedicando ao estudo e aperfeiçoamento do judô nos seus próprios fundamentos, que é o kata, e transmitindo esses conhecimentos não só em suas próprias escolas, mas a todos que querem aprender e se aperfeiçoar”, declara o Kodansha, 6º Dan, Paulo Macedo.
Concordando com o Kodansha, o alteta Acácio Guimarães afirma que tais conquistas podem influenciar ainda mais competidores no estado. “Precisamos usar isso que está acontecendo como vitrine para estimular outras duplas. O kata pode ser a modalidade de maior referencia em nosso estado”, diz o professor.
Olhando para o Futuro
O faixa preta, 2º Dan, Victor Renoir difere dos demais atletas de sua idade (22), ao decidir participar de uma modalidade no judô, que muitos só buscam aprender, pela obrigação na graduação. “Acho que o kata é a essência do judô. Quando o mestre Jigoro kano criou os katas foi para que o judô se perpetuasse e assim aconteceu.Tenho certeza que aprendo muito sobre o judô fazendo o kata, que é o judô em sua forma mais pura. Considero esse aprendizado um passo para me tornar um grande sensei no futuro.