A Bahia garantiu 27 vagas para as etapas nacionais dos campeonatos brasileiros nas cinco categorias em disputa no Campeonato Brasileiro da Região 3. Ao todo, 400 atletas da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro participaram durante o último final de semana do Campeonato Brasileiro, nas categorias sub-13, sub-15, sub-18, sub-21 e Senior. O estado com maior número de medalhas e campeão do Regional foi o Rio de Janeiro com 99 medalhas, sendo 39 de ouro, 27 de prata e 33 de bronze.
Todos os finalistas garantem vaga para os seus respectivos estados nas etapas nacionais. A Bahia, com presença em 27 finais, conquistou 8 medalhas de ouro e também classificou os outros 19 medalhistas de prata. O desempenho foi próximo ao de 2014, quando a Bahia conquistou 26 vagas, com 9 medalhas de ouro. Para o presidente da Federação Baiana de Judô, Marcelo Ornelas, a realização de eventos nacionais e a presença regular das seleções brasileiras e de outros países no Centro Panamericano de Judô (CPJ), deve contribuir muito para elevar o número de medalhas do estado nos próximos anos.
“Nossos atletas sempre se ressentiram da falta de oportunidades de lutar com atletas de outros estados e de uma infra-estrutura de treinamento que oferecesse condições para a sua evolução técnica. Com os eventos previstos para o CPJ, o contato com atletas de alto nível e a própria estrutura do centro, as perspectivas são as melhores possíveis”, diz o dirigente, que aposta na presença de atletas baianos na Olimpíada de 2020, em Tóquio, no Japão. “Certamente a nova geração de judocas baianos terá melhores condições de brigar por uma vaga na seleção principal no próximo ciclo olímpico”, projeta Marcelo Ornelas.
E a Bahia deve ganhar um impulso a mais para a formação de judocas. Observadores do projeto social Avança Judô da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) estiveram no Brasileiro Regional acompanhando atletas que vieram competir. Foi confirmada a realização de um intercâmbio Bahia/Minas para novembro desse ano e há a previsão de ampliação dos núcleos do projeto na Bahia, que hoje já conta com cerca de 300 alunos.
Destaques – Entre os baianos que garantiram vaga para o estado, destaque para a bicampeã Mayara Ferreira, no peso meio leve, até 52 quilos. Ela precisou de uma única luta para levar o ouro, contra a capixaba Cláudia Oliveira. A terceira judoca inscrita, Paula Silveira, de Minas Gerais, não atingiu o peso. Para Mayara, a falta de adversárias no seu peso é uma vantagem na briga por uma vaga na seleção principal. “Isso me favorece, porque eu não tenho dificuldade em treinar, treino com os meninos e nas competições fico muito à vontade”, diz a atleta, que não planeja mudar de peso. “Agora é treinar pensando no Brasileirão pra conseguir uma medalha”, complementa.
Luiz Henrique das Virgens não subiu no lugar mais alto do pódio mas também garantiu vaga no Brasileirão, como os atletas chamam a etapa nacional. Lutando contra o mineiro Tiago Souza no peso meio pesado, até 100 quilos, ele foi surpreendido. “Realmente não foi o que eu queria, eu queria ser campeão na verdade, mas consegui a vaga pro Brasileiro que vai ser em Recife, dias 16 e 17 de maio. Eu já tinha lutado com ele nos Jogos Estudantis, eu ganhei dele no médio (até 90 quilos), mas como ele subiu de peso, a gente se distanciou um pouco, eu não tive como estudar a forma dele lutar e quando chegou aqui ele estava com outra forma de lutar, não foi a mesma que eu tinha lutado antes”, avalia Luiz Henrique, que ainda está em fase de adaptação ao novo peso. “É uma experiência pra saber se eu consigo lutar no meio pesado, pra fazer um fortalecimento, musculação mais forte, pra poder subir de peso. Eu só quero sub-21 nos 100, nos outros vou lutar nos 90”, explica o lutador. Controlar o peso para ele é o mais difícil. “Minha mãe faz várias comidas boas e eu tenho que dosar, fazer a dieta pra meu peso não subir muito.”
Com duas medalhas, Marcel Moreira (foto), de apenas 16 anos, também testou seu judô no sub-21, onde subiu ao pódio em terceiro lugar. Mas a vaga na etapa nacional veio no sub-18 e com título. “O sub-21 foi bem importante, um ganho de experiência, mas o sub-18 que é a prioridade. Era esperado pra mim, pelo meu treino, conseguir esse resultado e lutar numa categoria mais avançada, com gente mais encorpada, também é muito importante. Lutar dentro de casa é ótimo, com a torcida, eu gosto de dizer que eu já batizei esse tatame, fui terceiro na seletiva nacional de base, tenho um certo carinho pelo centro”, disse Marcel.